Entrevista a Carlos Moldes, presidente do Grupo Moldtrans – “Todos demos o nosso melhor para sairmos desta crise o mais rapidamente possível”

O Grupo Moldtrans não só conseguiu manter a sua atividade durante os duros meses de confinamento, como também seguiu com a ampliação da sua presença no mercado, abrindo um segundo centro logístico em Sevilha, e reforçando o seu serviço directo para a Polónia.

 

Depois de superar o regime de layoff, que afetou na totalidade os colaboradores em Portugal, e parcialmente os colaboradores em Espanha, a empresa encara os próximos meses com energia, decidida a crescer, segundo nos conta o seu presidente, Carlos Moldes.

 

O mundo encontra-se no meio de uma das maiores crises sanitárias, económicas e sociais da história, colocando em tensão as capacidades de adaptação e de sobrevivência de um grande número de empresas e organizações. Como enfrentou o Grupo Moldtrans esta situação inédita?

 

O mundo sofre crises com mais regularidade do que nos parece, se bem que esta é particular e ter-nos-á apanhado em contra-pé. A natureza tem ensinado que não somos o animal superior e indestrutível que pensávamos ser. Somos vulneráveis: essa é a primeira grande lição.

 

Nada nos preparou para o que está a acontecer. É um cenário VUCA que será estudado em todas as universidades e escolas de negócios durante muitos anos, onde a incerteza se converteu num fator determinante, a ambiguidade está constantemente presente, sendo que a volatilidade e a complexidade são especialmente acentuadas.

 

No Grupo Moldtrans, estamos a fazer frente a esta situação com as nossas melhores armas, positivismo e compromisso de todos os que compõem a organização. Com certeza que também com uma grande dose de realismo e calma, já que o catastrofismo, que parece ter-se apropriado do nosso mundo, não oferece coisa alguma.

 

Devo destacar a implicação de todas as pessoas da organização, aceitando o excepcional da situação, cada um dando o melhor para sair desta situação o mais cedo possível, e da forma mais favorável. Como escrevi na nossa anterior edição da MOLDNEWS, há muitos heróis na nossa sociedade, visíveis ou invisíveis, e conheço muitos no nosso Grupo.

 

De todas as decisões tomadas no seio do Grupo Moldtrans nos últimos seis meses, qual a que foi mais difícil de adotar? Que decisão considera ter sido a mais acertada?

 

Tivemos de tomar muitas e muito difíceis decisões, e continuamos a tomá-las todos os dias. A mais complexa foi a de implantação do regime de layoff. Esta opção foi assumida com o claro propósito de salvaguardar a continuidade do negócio e a totalidade dos postos de trabalho. Seguramente também foi a mais acertada, porque a evolução tem sido positivamente adequada e hoje estamos fora desse regime em grande percentagem, sendo que em Portugal já o abandonámos totalmente.

 

O atual contexto provocado por COVID-19 obrigou-nos a adotar novas formas de nos relacionarmos, de trabalhar, de comprar, etc. Que procedimentos, ferramentas ou novas formas de operar, foram implementadas no Grupo Moldtrans, que podem ter vindo para ficar?

 

Neste sentido, tudo mudou muitíssimo. Abruptamente, passámos da grande proximidade mediterrânica que nos caracteriza —beijos, abraços, contacto, proximidade, presencialidade—, a uma frieza racional imprópria da nossa cultura.

 

No Grupo Moldtrans fizemos uma firme aposta em manter, dentro do possível, a proximidade com os nossos clientes e colaboradores. Temos tentado que esta “proximidade”, que em muitas ocasiões não pode ser física, seja levada a cabo por todos os outros meios de comunicação ao nosso alcance, reforçando videoconferências, por exemplo, que compensam essa sensação na virtualidade do meio.

 

Algumas coisas chegaram para ficar, mas estou convencido de que nas relações pessoais, quando isto passar, gradualmente voltaremos a essa proximidade pessoal que está dentro do nosso acervo cultural.

 

Atualmente assistimos a uma “segunda vaga” de casos de COVID-19; com que “armas” se mune o Grupo Moldtrans perante esta nova vaga e as suas possíveis consequências?

 

Não há melhor munição do que o sentido comum e a prudência perante o pânico.

Seguimos escrupulosamente as indicações das autoridades sanitárias, reforçando medidas preventivas e de higiene que nos permitam evitar o contágio e a propagação do vírus. Não podemos voltar as costas à realidade: é previsível que este outono haja um agravamento da pandemia e é fundamental aprender a lidar e a viver com esta situação.

 

Todos devemos colaborar em minimizar o impacto a nível sanitário, social e económico. Somos uma sociedade avançada e, apesar de lamentáveis situações, temos uma consciência coletiva forte que nos ajudará a sair desta situação.

 

Partimos da notável dificuldade para adotar decisões no atual contexto. Poderia indicar-nos que circunstâncias, medidas ou políticas consideradas poderiam ser aplicadas para apoiar a viabilidade económica das empresas da Península Ibérica?

 

Esta resposta é procurada por todos e ninguém a possui. Paradoxalmente, penso que é mais fácil saber o que não fazer do que o que fazer. Não prejudicar as empresas, especialmente as PME’s e os trabalhadores liberais, não aumentar a pressão impositiva sobre os cidadãos, e não transmitir incertezas sobre o futuro.

 

Dito isto, acredito sinceramente que a classe política não pensa como eu.

O meu humilde ponto de vista é o de que devemos garantir a continuidade das empresas e dos trabalhadores liberais, pois são estes elementos que garantem o emprego e uma grande fatia de bem-estar de uma sociedade. No acredito tanto em subsídios, mas em ajudas directamente encaminhadas. Supressão ou baixa de impostos directos, juros de moratória em pagamentos à Segurança Social, créditos brandos, estímulo à contratação; note que em muitos casos existe um ênfase em travar o despedimento, o que provoca muitas vezes o efeito contrário, pelo que o medo e a rigidez impedem a criação de novos empregos.

 

Há quem diga que “até das piores experiências se pode obter boas lições”. Qual a principal “lição” aprendida fruto das experiências vividas nos últimos meses?

 

Li em certa ocasião que a filosofia Taoísta diz que se deve saber retirar o melhor do pior e o pior do melhor. A principal lição que todos devemos ter aprendido é a de que somos vulneráveis. Temos a obrigação de cuidarmo-nos como seres humanos, de sermos solidários, e de respeitar a ordem natural.

 

Há muita gente que tem muitos motivos para se lamentarem, mas é muito dececionante ouvir queixas de alguém que não sofreu danos pessoais, conserva o seu emprego e unicamente viu as suas liberdades ou comodidades limitadas.

Há que ter algo muito claro: se dedicarmos metade do tempo em que nos queixamos a encontrar soluções, tudo correria muito melhor.

 

É difícil prever o futuro, pelo que pedimos um esforço extra: como vê o Grupo Moldtrans dentro de um ano? E de cinco?

 

O tempo é relativo, agora mais do que nunca. Há 100 anos, prever o que aconteceria anos depois era um mais ou menos possível. Hoje, é difícil constituir um prognóstico, mesmo para amanhã.

 

Creio e desejo que o Grupo Moldtrans dentro de um ano seguirá a linha que definimos desde o início: criar valor para os nossos clientes, bem-estar para as pessoas, gerar sempre uma contribuição positiva para a sociedade.

 

E dentro de 5 anos? Estou convencido que o Grupo Moldtrans continuará a crescer, consolidando-se como um grupo logístico de referência e, com certeza, mantendo os valores que o caracterizam: honestidade, proximidade, compromisso, inovação, trabalho em equipa e uma clara responsabilidade social.

 

Se lhe concedessem três desejos, quais pediria?

Não sejamos avarentos e peçamos apenas um: saúde.

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