A logística e o transporte de mercadorias desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da economia de um país, mas não devemos esquecer o impacto que ele gera no meio-ambiente e na sustentabilidade do nosso Planeta.
Hoje, o pico da globalização, do e-commerce, e da reconversão digital na maioria dos setores – aspetos que foram ainda mais alimentados pela crise pandémica – provocaram o crescimento das atividades de transporte e de logística. Um setor em que se prevê, ainda, um crescimento exponencial para os próximos anos, é responsável por aproximadamente 28% das emissões totais nacionais, tendo registado uma tendência crescente, apesar de Portugal estar a reduzir as suas emissões totais desde 2005.
Segundo a OCDE, o transporte internacional multiplicar-se-á por 4,3 em 2050, e o desenvolvimento da China e da Índia implicará uma maior intensidade no transporte rodoviário – o mais contaminante – em cerca de 230%.
Existe, portanto, uma necessidade real e urgente em tomar medidas em direção a um transporte de mercadorias mais sustentável. Para tal, existem diferentes formas para diminuir esta contaminação, como otimizar a eficiência dos camiões, o uso de combustíveis alternativos (como biodiesel), optar por um transporte multimodal onde o transporte marítimo assuma maior protagonismo – dado que é um dos menos contaminantes –, melhorar a eficiência energética dos veículos, e, também a utilização de modalidades de transporte sustentável nas entregas de last mile.
Iniciativas por um transporte mais verde
Para apoiar as empresas de transporte e de logística, existe uma plataforma europeia chamada Lean and Green que está especialmente vocacionada para a redução das emissões associadas à cadeia de abastecimento. Trata-se de uma iniciativa internacional cujo objetivo é o de ajudar as empresas dos diversos setores a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa, derivados das suas atividades logísticas, para alcançar os objetivos definidos no Acordo de Paris (COP21, em 2015) de emissões neutras para o ano de 2050.
Para além do mais, nações como os Países Baixos estão já a implementar sistemas inteligentes nas suas auto-estradas para que o transporte seja mais seguro e eficiente, reduzindo, consequentemente, a poluição.
A solução para o futuro do setor passa por uma mudança no modelo de negócio das empresas de logística que, para além de contribuir na redução de emissões no planeta, suponha vantagens colaterais como a diminuição de poluição acústica e redução de acidentes e atrasos na estrada.
A sustentabilidade, definitivamente, impõe objetivos concretos para as empresas de transporte e de logística, bem como para a gestão política; este desafio é comum a todos os setores da sociedade e os ganhos serão para todos, tal como os riscos o são.